quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Vai para onde?

Com a proximidade do fim de ano e o período de férias escolares a idéia de fazer uma bela viagem é tentadora. Sobretudo com a ilusão de farto dinheiro provocada pelo recebimento do 13º salário.
Nesse período, mesmo com a crise econômica que assola o mundo, as pessoas mais abastadas financeiramente costumam elaborar listas imensas com pontos e lugares para viajarem.
Em uma fila de supermercado, a madame conversa com a amiga:
- Esse ano as coisas estão difíceis amiga. Imagine que o meu marido disse que não vai me levar para conhecer o Egito? Ele tinha prometido e agora falou que vai nos levar para passar o réveillon aqui no Brasil mesmo. Nossa! Não estou podendo olhar na cara dele!
A amiga responde:
- Isso não é nada. O meu marido ficou o ano inteiro alimentando a idéia de levar as crianças para a Disney, e agora com o preço do dólar lá em cima, disse que o máximo que vai conseguir é nos levar para o circo do Beto Carreiro. Isso não dá para tolerar não é amiga?
Situações como essas acontecem aos montes. São pessoas que possuem muito dinheiro e que vivem em mundo de fantasias e luxúrias.
Viajar é bom? Vestir bem é bom? Comer e beber bem é bom? Ter dinheiro é bom? Dormir bem é bom?
Tudo isso é muito bom, mas, precisamos fazer algo por aqueles que não possuem nenhuma dessas coisas.
Frequentemente deparamo-nos com pessoas sem eira nem beira. Pessoas sem rumo algum. Pessoas sujas, descabeladas, descalças, mal vestidas, sem ter o que comer e sem ter onde dormir.
Alguma vez você parou para perguntar a essa criatura: Vai pra onde?
Alguma vez você deu a atenção devida a essa criatura?
Alguma vez você pensou porque aconteceu isso com ela?
Alguma vez você comparou a sua vida com a dela?
Alguma vez você a notou?
Enquanto as pessoas menos atentas a realidade brigam e planejam uma linda viagem de fim de ano, outras brigam por um pedaço de papelão para se protegerem do duro frio da madrugada.
Na maioria das vezes são pessoas que andam sem ter um ponto de chegada. Andam, andam e andam sem saber onde estão indo. Andam porque andar é o que lhes restam. Imaginam que uma cidade seja mais acolhedora que a outra, que um banco seja mais macio que outro e que andando possam encontrar alguém que lhes estendam a mão. Andam e bebem até perder a noção da vida que levam, pois assim a dor de não terem ninguém talvez seja amenizada.
Quando encontrarem algum andarilho pergunte: Vai para onde? Quem sabe você não encontra um amigo e acorda para a realidade.

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